No final da década de 50, o Brasil buscava uma identidade própria. O território já fora consolidado, mas ainda faltava o Brasil enquanto cultura, povo. O embate entre capitalismo e socialismo no mundo era refletido no País. E dessa luta os problemas do País se escancaravam. O País vivia a euforia da Era JK e de seu Plano de Metas. O desenvolvimento econômico e industrial transformava radicalmente o cenário urbano, principalmente de São Paulo. Houve uma expansão da classe média em SP e no RJ. Novos bairros foram sendo formados com a especulação imobiliária e o proletariado foi sendo empurrado para a periferia. No plano cultural, o Cinema Novo e a Bossa Nova se destacavam.
É nesse cenário que nascerá o teatro político no Brasil, um teatro engajado politicamente e que se proporá a refletir os problemas brasileiros. Ele encontrará sua base, primeiramente, numa revolução estética: o teatro de arena, um formato que se vale de um teatro de pequenas proporções (palco e platéia de pequenas dimensões); palco baixo e bem próximo do público; platéia circundante ao palco, criando uma atmosfera intimista. No mundo essa nova estética se inicia com alguns estudos de Margo Jones, que escreve sobre o théâtre-em-rond em uma revista francesa, a Le Théatre dans le Monde. Em seu artigo, diz que a proposta da nova estética é estabelecer um contato maior com o público. Já no Brasil, a primeira turma da Escola de Artes Dramáticas, sob a batuta de José Renato, estreará o novo formato de teatro de encenação. No Artigo não-assinado “Demorado Adeus, no museu de arte moderna”, publicado na revista Revista Anhembi. Volume 4, número 10, de 1953.
O teatro de arena é a novidade no Brasil. Coube aos alunos da Escola de Arte Dramática de São Paulo a honra de realizar, entre nós, a primeira incursão nesse campo inexplorado e rico de possibilidades. E a experiência não podia ter sido melhor sucedida. Sob a direção de um moço de coragem e talento, José Renato, a companhia da EAD lavrou um tento, surpreendendo homens de pouca e de muita fé. Dos debates que se seguiram à representação de “Demorado Adeus” (The long good-beye), de Tenessee Williams, saiu definitivamente firmado o prestígio da escola que Alfredo Mesquita, em poucos anos, soube transformar num dos mais ativos centros de atividades teatrais do País.
O Teatro de Arena em São Paulo é inaugurado em 1953 por José Renato e será o marco desse formato no Brasil. Tão logo perceberam que havia vantagens econômicas com o formato, pois a produção da peça era de baixo custo, fosse com estrutura física ou com o cenário, a estética deu base para uma ética: a intimidade não precisava agora ocorrer somente com a proximidade do público com o palco. A sensação de intimidade por questões espaciais se dará também por questões político-ideológicas. A influência esquerdista no Teatro de Arena virá com Guarnieri. Falar das pessoas que passarão a compor o grupo. Será a partir da fusão do Arena com o Teatro Paulista de Estudantes que nomes ligados ao movimento da esquerda estudantil chegarão ao grupo, como Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vinna Filho, o Vianinha. Essa influência criará um ambiente propício para uma manifestação política no palco. Alguns elementos serão postos em cena: denúncia das mazelas sociais, crítica aos problemas brasileiros e uma visão menos elitista e mais crítica do Brasil. Se antes o pobre e o nordestino não apareciam em cena, agora eles serão retratados, explorando a multiplicidade da realidade sócio-cultural do País e ainda propondo uma reflexão dos problemas do Brasil.
Toda essa ética artística teve relação com a busca de uma arte cênica brasileira, esta
um pequeno recorte de algo maior: a busca de uma identidade brasileira, da constituição de um espírito de nação. E o povo se verá representado palco. Suas aflições, anseios, desejos e sonhos ali, refletidos na interpretação. Eis como o povo se sentirá próximo de uma maneira não física: Não estarão próximos somente pela obviedade de uma platéia próxima ao palco e aos atores, mas pela identificação, pelo reconhecimento de sua realidade na peça.
É nesse cenário que nascerá o teatro político no Brasil, um teatro engajado politicamente e que se proporá a refletir os problemas brasileiros. Ele encontrará sua base, primeiramente, numa revolução estética: o teatro de arena, um formato que se vale de um teatro de pequenas proporções (palco e platéia de pequenas dimensões); palco baixo e bem próximo do público; platéia circundante ao palco, criando uma atmosfera intimista. No mundo essa nova estética se inicia com alguns estudos de Margo Jones, que escreve sobre o théâtre-em-rond em uma revista francesa, a Le Théatre dans le Monde. Em seu artigo, diz que a proposta da nova estética é estabelecer um contato maior com o público. Já no Brasil, a primeira turma da Escola de Artes Dramáticas, sob a batuta de José Renato, estreará o novo formato de teatro de encenação. No Artigo não-assinado “Demorado Adeus, no museu de arte moderna”, publicado na revista Revista Anhembi. Volume 4, número 10, de 1953.
O teatro de arena é a novidade no Brasil. Coube aos alunos da Escola de Arte Dramática de São Paulo a honra de realizar, entre nós, a primeira incursão nesse campo inexplorado e rico de possibilidades. E a experiência não podia ter sido melhor sucedida. Sob a direção de um moço de coragem e talento, José Renato, a companhia da EAD lavrou um tento, surpreendendo homens de pouca e de muita fé. Dos debates que se seguiram à representação de “Demorado Adeus” (The long good-beye), de Tenessee Williams, saiu definitivamente firmado o prestígio da escola que Alfredo Mesquita, em poucos anos, soube transformar num dos mais ativos centros de atividades teatrais do País.
O Teatro de Arena em São Paulo é inaugurado em 1953 por José Renato e será o marco desse formato no Brasil. Tão logo perceberam que havia vantagens econômicas com o formato, pois a produção da peça era de baixo custo, fosse com estrutura física ou com o cenário, a estética deu base para uma ética: a intimidade não precisava agora ocorrer somente com a proximidade do público com o palco. A sensação de intimidade por questões espaciais se dará também por questões político-ideológicas. A influência esquerdista no Teatro de Arena virá com Guarnieri. Falar das pessoas que passarão a compor o grupo. Será a partir da fusão do Arena com o Teatro Paulista de Estudantes que nomes ligados ao movimento da esquerda estudantil chegarão ao grupo, como Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vinna Filho, o Vianinha. Essa influência criará um ambiente propício para uma manifestação política no palco. Alguns elementos serão postos em cena: denúncia das mazelas sociais, crítica aos problemas brasileiros e uma visão menos elitista e mais crítica do Brasil. Se antes o pobre e o nordestino não apareciam em cena, agora eles serão retratados, explorando a multiplicidade da realidade sócio-cultural do País e ainda propondo uma reflexão dos problemas do Brasil.
Toda essa ética artística teve relação com a busca de uma arte cênica brasileira, esta
um pequeno recorte de algo maior: a busca de uma identidade brasileira, da constituição de um espírito de nação. E o povo se verá representado palco. Suas aflições, anseios, desejos e sonhos ali, refletidos na interpretação. Eis como o povo se sentirá próximo de uma maneira não física: Não estarão próximos somente pela obviedade de uma platéia próxima ao palco e aos atores, mas pela identificação, pelo reconhecimento de sua realidade na peça.
Além disso, houve uma outra contribuição política do teatro de arena: a popularização dos espetáculos e a conseqüente difusão das artes cênicas. Isso porque o formato permitiu que grupos de baixo orçamento pudessem realizar suas apresentações. Não era mais necessário uma grande produção, cheia de glamour e grandes gastos. Na
simplicidade, conseguia-se encenar um texto.
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