sexta-feira, 13 de maio de 2011

RESULTADO 1º CONCURSO ESTÍMULO A NOVOS DRAMATURGOS




O Clube de Leitura acaba de selecionar o texto através do 1º Concurso de Estímulo a novos dramaturgos.

Foi difícil, mas finalmente o Clube de Leitura selecionou o texto que será lido pelo grupo como resultado do 1º Concurso de Estímulo a novos dramaturgos.

Antes de qualquer coisa, gostaríamos de agradecer a todos os inscritos e deixar claro que não se trata de escolher qual é o melhor, em detrimento dos outros. Muito pelo contrário. Foi uma grande alegria para todos nós receber os textos inscritos, lê-los em grupo e saber que com isto estamos estimulando o movimento de produção da arte teatral. Com isto, parabenizamos a todos que enviaram seus textos e que continuam a criar estórias fantásticas que emocionam, divertem, questionam... A vocês, o muito obrigado dos atores e atrizes do Clube de Leitura.

Para a próxima apresentação do Clube de Leitura foi selecionado o texto inscrito:

Texto: Pequenas histórias de trocas de pernas, peles e olhos nos seus arroubos e arredores
Autor: Anderson Feliciano da Silva

Abaixo, a relação completa dos textos inscritos e seus respectivos autores.

Informamos que, como divulgado no regulamento, os textos não selecionados ficarão no acervo do Clube de Leitura e poderá ser consultado por produtores interessados, aos quais passaremos também os contatos dos autores:

Obra: A menina que queria ser Flor
Autora: Rosa de Souza Soares

Obra: Canto & costura
Autor : Diana Maria dos Santos

Obra: Dois sóis: lugar algum
Autor : Marco Tulio Zerlotini da Silva

Obra: Locomotiva
Autora: Celina Maria Coelho

Obra: Nos trilhos do trem das sete
Autora: Rosa de Souza Soares

Obra: Nossa Senhora que se cuide
Autor : Patrick Brandão Cenisio

Obra: Pequenas histórias de trocas de pernas, peles e olhos nos seus arroubos e arredores
Autor: Anderson Feliciano da Silva

Obra: Pequenas comédias de amor
Autor : Patrick Brandão Cenisio

Obra: Pum de Dinossauro
Autora: Ivana Andrés Ribeiro

Obra: Qual é a sua canção?
Autor : Luciano Luppi

Obra: Túnel
Autora: Celina Maria Coelho

Obra: Vamos brincar de máscaras?
Autora: Luciano Luppi

Obra: Viagem ao lago do cisne
Autor : Diana Maria dos Santos

Em breve divulgaremos as informações e datas para a leitura do texto selecionado.

CLUBE DE LEITURA
(maio/2011)

quarta-feira, 27 de abril de 2011


Olá, pessoal!

Devido aos bons textos inscritos no Concurso de Estímulo a Novos Dramaturgos, estamos fazendo uma nova rodada de avaliação, com a leitura interna de todos os textos. Este trabalho demanda um pouco mais de tempo do que o previsto.

Sabemos da ansiedade de todos, inclusive a nossa própria, mas informamos que estamos agilizando o processo para que logo possamos divulgar o resultado.

Enquanto isto, pedimos um pouco mais de paciência. Tão logo cheguemos a uma conclusão, postaremos aqui o resultados e enviaremos por email a todos de nosso mailing (inclusive aos inscritos, que ainda mantemos os envelopes de identificaçãos lacrados para preservarmos a identidade).

Grande abraço,

Clube de Leitura




sexta-feira, 18 de março de 2011

Concurso de estímulo a novos dramaturgos

CLUBE DE LEITURA

torna público o

Concurso de estímulo a novos dramaturgos

O Clube de Leitura torna público o Concurso de estímulo a novos dramaturgos através do presente regulamento.

REGULAMENTO


1. – FINALIDADE

O Clube de Leitura, com o objetivo de incentivar a literatura dramática e o surgimento de novos talentos, seleciona textos inéditos, através de um concurso que selecionará um texto para ser estudado e apresentado pelo Grupo em forma de leitura dramatizada.

2. – INSCRIÇÕES

2.1 - Está autorizada a inscrição neste Concurso de qualquer pessoa residente nas cidades que fazem parte do Projeto Clube de Leitura em 04 cidades, a saber: Barroso, Itabirito, Pedro Leopoldo, Sabará, Santa Luzia, Belo Horizonte;

2.2 - O conteúdo das peças poderá ser direcionado ao público infantil, jovem e/ou adulto;

2.3 - Os textos deverão ser inéditos, entendendo-se por inéditos textos não publicados ou encenados;

2.4 - Os textos originais deverão possibilitar a leitura dramatizada com duração mínima de 40 (quarenta) minutos;

2.5 - Cada concorrente poderá inscrever até 02 obras inéditas;

2.6 - Os textos deverão ser apresentados em língua portuguesa, em 2 (duas) vias, em folhas tamanho A4, numeradas, datilografadas ou digitadas, em uma face apenas, perfeitamente legíveis; se digitadas, utilizando fonte Arial tamanho 12 e entrelinha 1,5; cada via deverá estar grampeada, identificada com o nome do Concurso, o pseudônimo do autor e o título da obra; não poderá conter informações que revelem a autoria da obra inscrita;

2.7 - Deverá ser entregue em um único envelope tamanho ofício identificado com o nome do Concurso, o título da obra e o pseudônimo do candidato. Este envelope deverá conter: as duas cópias do texto e um outro envelope lacrado contendo os dados do concorrente (nome completo, endereço completo para correspondência, telefone e e-mail);

2.8 - Os interessados poderão inscrever seus trabalhos somente pelo correio, no seguinte endereço: Av. Augusto de Lima, 655 / 1413, Centro, Belo Horizonte, MG. CEP: 30.190-000.

2.9 – Serão aceitas inscrições postadas até o dia 08 de abril de 2011.

3. – JULGAMENTO

3.1 - Os textos serão examinados pelos integrantes do Clube de Leitura que irá selecionar o vencedor;


4. – RESULTADO E PREMIAÇÃO

4.1 – O resultado da seleção será publicado no blog do Clube de Leitura (www.oclubedeleitura.blogspot.com) até o dia 25 de abril de 2011; o resultado será comunicado através de e-mails a todos os concorrentes;

4.2 – O resultado do concurso será amplamente enviado aos meios de comunicação e imprensa especialidade;

4.3- Não haverá premiação em dinheiro;

4.4- O texto vencedor será estudado e apresentado em leitura dramatizada pelo Clube de Leitura nas cidades de Belo Horizonte e na cidade do autor do texto selecionado, em data a ser definida, no primeiro semestre de 2011;

4.5- O vencedor receberá um certificado do Clube de Leitura;

5. - PUBLICAÇÃO E DIREITOS AUTORAIS

5.1 - O vencedor deverá ceder ao Clube de Leitura, os direitos para leitura dramatizada da peça premiada, sem qualquer ônus, para as duas apresentações que fazem parte do Projeto;


6. - DISPOSIÇÕES GERAIS

6.1 – A inscrição no concurso implica a aceitação das normas deste regulamento;

6.2 - As peças inscritas não serão devolvidas pelo Clube de Leitura e serão anexadas ao acervo do Grupo, ficando disponíveis a todos os produtores interessados;

6.3 – Dúvidas advindas deste regulamento poderão ser esclarecidas pelo email do Grupo (clubedeleiturabh@gmail.com)

6.4 - Os casos omissos neste Regulamento serão resolvidos em conjunto pelo Clube de Leitura.

Realização:
Clube de Leitura

Belo Horizonte, 15 de março de 2011

Contatos com a produção:

9123-1160 (Beto) · 9332-6762 (Marcio)

www.oclubedeleitura.blogspot.com / email: clubedeleitura2006@yahoo.com.br

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Clube de Leitura dá sequência ao Projeto Panorama do Teatro Brasileiro apresentando o texto “ Rasif - mar que arrebenta” de Marcelino Freire, abordando aspectos do teatro contemporâneo.


Fechando o primeiro ciclo do Projeto Teatro Brasileiro, o Clube de Leitura apresenta a leitura dramática do texto “Rasif mar que arrebenta”. A leitura é resultado dos estudos do grupo acerca do teatro contemporâneo. Rasif, mar que arrebenta é uma adaptação feita pelo grupo pernambucano Coletivo do Angu sobre a obra de Marcelino Freire. São fragmentos de textos literários, poéticos, jornalísticos e musicais formando um mosaico de narrativas, uma teia de monólogos que abordam questões que estão no centro das discussões sobre o homem contemporâneo: a solidão, violência, consumismo e desenraizamento.

Apropriando-se de linguagens e tendências observadas no teatro contemporâneo, como a fragmentação, o elemento narrativo, a personalização de determinados discursos, o uso de aparatos tecnológicos, silêncios e simbolismos, o uso do monólogo e do coro, a leitura pretende destacar características da dramaturgia contemporânea proporcionando uma discussão sobre tema.

No elenco estão os membros do Clube de Leitura: Beto Plascides, Edu Costa, Flávia Fernandes, Michelle Castro e Wolney de Oliveira. A direção é de Alexandre Toledo.


Leitura:

Texto: Rasif – Mar que arrebenta

Autor: Marcelino Freire

Diretor: Alexandre Toledo

Elenco: Beto Plascides, Edu Costa, Flávia Fernandes, Michelle Castro, Wolney de Oliviera.

Classificação: livre

Entrada franca (sujeito à lotação da sala)


Apresentação:

Local 01

Data: 25 de novembro (quinta-feira)

Horário: 20h

Local: Teatro da Cidade (Rua da Bahia, 1341 – Centro)


Local 02

Data: 30 de novembro (terça-feira)

Horário: 10h

Local: Centro Cultural Salgado Filho (Rua Nova Ponte, 22)


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Clube de Leitura dá sequência ao Projeto Panorama do Teatro Brasileiro apresentando textos do chamado Teatro Besteirol.

Para relembrar o Besteirol, um marco dos anos 80 no teatro brasileiro e para gerar discussões e reflexões que atingem a atual cena teatral, o Clube de Leitura apresenta esquetes dos textos mais representativos do movimento. Assim, serão lidos esquetes dos textos: Doce Deleite; As sereias da Zona Sul; Bar, doce bar e Quem tem medo de Itália Fausta?

A direção da leitura fica a cargo de Alexandre Cioletti e no elenco os membros do Clube de Leitura: Beto Plascides, Edu Costa, Flávia Fernandes, Marcio Miranda, Michelle Castro e Wolney de Oliveira.

O nome Besteirol

O nome “Besteirol” foi dado por Macksen Luiz que, na edição de setembro de 1980 da revista Isso É, escreve sobre a obra As 1001 encarnações de Pompeu Loredo: “A melhor definição para a peça pode ser resumida num neologismo carioca, gíria de praia, que significa exatamente aquilo que a palavra resume: Besteirol. Essa divertida bobagem deve conseguir grande sucesso de público”.

Porém, o nome dado ao movimento não é bem aceito por vários atores que fizeram parte desta geração do teatro brasileiro. "Talvez por causa desse nome que lhe foi dado, e que alguns julgam ser por isso mesmo uma besteira, o que não é verdade", afirma Bárbara.
Veja as datas e locais das apresentações:

Local 01
Data: 19 de setembro de 2010 (Domingo)
Horário: 20h30
Local: Solar da Baronesa (Rua Direita, 408 – Santa Luzia)

Local 02
Data: 23 de setembro de 2010 (quinta-feira)
Horário: 10h
Local: Centro Cultural Salgado Filho


Local 03
Data: 23 de setembro de 2010 (quinta-feira)
Horário: 20h
Local: Teatro da Cidade (Rua da Bahia, 1341 – Centro)

Local 04
Data: 28 de setembro de 2010 (terça-feira)
Horário: 08h30
Local: Teatro Municipal de Sabará

terça-feira, 7 de setembro de 2010



Década de 80

A diversidade é o principal aspecto do teatro dos anos 80. O período se caracteriza pela influência do pós-modernismo, movimento marcado pela união da estética tradicional à moderna. Os expoentes dessa linha são os diretores Gerald Thomas, Ulysses Cruz, José Possi Neto, além de outros.

Outra linha que surge e ganha enorme repercussão no período é o chamado Teatro Besteirol. O movimento nasceu no Rio de Janeiro e tem como principais pilares o humor anárquico e o rompimento com o engajamento e a cultura dita erudita que dominavam a cena no final da década de 70.

Para Bárbara Heliodora, crítica de teatro do jornal O Globo, o Besteirol foi uma espécie de “herdeiro meio torto” da tradicional comédia de costumes, o lado mais forte de toda a dramaturgia brasileira. “Depois da negra época da censura, a aparição dos besteiróis se apresentou como uma forma de comunicação imediata. Este foi um ótimo instrumento para que o teatro começasse a atrair de novo um público que andava muito afastado", avalia Bárbara.

Após a abertura política no Brasil, com o fim da ditadura, presumia-se que seriam encenados pelos grandes atores e pelas companhias teatrais, os textos censurados durante o citado período, mas surpreendentemente, inicia-se outro período do teatro brasileiro com o surgimento do besteirol, trazendo textos irreverentes, curtos (ao estilo de esquetes), extremamente flexíveis e que se opunham ao que era considerado teatro sério.

Para relembrar esta fase, seus textos, autores, importância para a história do teatro brasileiro e para gerar discussões e reflexões que atingem a atual cena teatral, o Clube de Leitura apresenta esquetes dos textos mais representativos deste movimento. Serão lidos quadros dos textos: Doce Deleite, As sereias da Zona Sul, Bar, doce bar e Quem tem medo de Itália Fausta?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

ELES NÃO USAM BLACK TIE

O Clube de Leitura apresenta, através do Projeto Panorama do Teatro Brasileiro, o texto Eles não usam black tie: um marco do teatro político brasileiro.
Em 1958 estreava no palco do Teatro Arena a peça Eles Não Usam Black-Tie escrita por Gianfrancesco Guarnieri. Ela aliou temas importantes como o movimento operário da década de 50 no Brasil e as difíceis condições de vida dos trabalhadores brasileiros, traçando um panorama realista das favelas dos grandes centros urbanos e apontando o cerne do abismo social entre dominantes e dominados.

A peça tem um roteiro consistente: o jovem operário Tião fura o movimento grevista, pois tendo engravidado a namorada teme perder o emprego na hora em que mais necessita de recursos. As consequências de sua atitude são dolorosas, enfrentando não apenas seu pai, o líder grevista, como sua própria namorada grávida, que o impele a frente da luta. Tudo isso tendo como pano de fundo a São Paulo do final dos anos 50, o grande impulso industrial e com isso a carestia que passava o proletariado, o que exigia um movimento operário à altura. E mais do que isso, a peça é a história de um choque entre pai e filho com posições ideológicas e morais completamente opostas e divergentes, o que, por sinal, dá a tônica dramática ao texto.

Com diálogos emocionantes e o bom samba de Adoniran Barbosa ao fundo, todas as contradições vividas por aquela família operária são retratadas, apontando uma realidade que certamente era vivida por outras famílias de trabalhadores pelos outros cantos do país e do mundo. Riso e dor, alegrias e tristezas... e reflexões! Foi quase uma década de sucesso em turnês por todo o Brasil. Assistida por milhares de pessoas, dentre estudantes, operários, intelectuais, pode-se dizer que a peça provocava grandes reflexões.
A leitura realizada pelo Clube de Leitura possui direção do renomado diretor Pedro Paulo Cava e tem em cena os atores Beto Plascides, Edu Costa, Marcio Miranda, Michele Castro e Wolney de Oliveira, que fazem parte do Clube de Leitura, além dos atores convidados especiais: Geraldo Peninha, Eliane Mares, Flávia Fernandes, Marcelo Carrusca e Ana Gusmão.

Apresentações:

Local 01

Data: 08 de agosto de 2010 (Domingo)
Horário: 20h
Local: Solar da Baronesa (Rua Direita, 408 – Santa Luzia)

Local 02
Data: 10 de agosto de 2010 (terça-feira)
Horário: 20h
Local: Teatro Municipal (Rua Dom Pedro II – Sabará)

Local 03
Data: 11 de agosto de 2010 (quarta-feira)
Horário: 20h
Local: Centro Cultural Alto Vera Cruz (Rua Pde. Júlio Maria, 1577)

Local 04
Data: 12 de agosto de 2010 (quinta-feira)
Horário: 20h
Local: Espaço Cultural Imaculada (Rua Aimorés, 1.600 – Lourdes)

O TEATRO POLÍTICO


No final da década de 50, o Brasil buscava uma identidade própria. O território já fora consolidado, mas ainda faltava o Brasil enquanto cultura, povo. O embate entre capitalismo e socialismo no mundo era refletido no País. E dessa luta os problemas do País se escancaravam. O País vivia a euforia da Era JK e de seu Plano de Metas. O desenvolvimento econômico e industrial transformava radicalmente o cenário urbano, principalmente de São Paulo. Houve uma expansão da classe média em SP e no RJ. Novos bairros foram sendo formados com a especulação imobiliária e o proletariado foi sendo empurrado para a periferia. No plano cultural, o Cinema Novo e a Bossa Nova se destacavam.

É nesse cenário que nascerá o teatro político no Brasil, um teatro engajado politicamente e que se proporá a refletir os problemas brasileiros. Ele encontrará sua base, primeiramente, numa revolução estética: o teatro de arena, um formato que se vale de um teatro de pequenas proporções (palco e platéia de pequenas dimensões); palco baixo e bem próximo do público; platéia circundante ao palco, criando uma atmosfera intimista. No mundo essa nova estética se inicia com alguns estudos de Margo Jones, que escreve sobre o théâtre-em-rond em uma revista francesa, a Le Théatre dans le Monde. Em seu artigo, diz que a proposta da nova estética é estabelecer um contato maior com o público. Já no Brasil, a primeira turma da Escola de Artes Dramáticas, sob a batuta de José Renato, estreará o novo formato de teatro de encenação. No Artigo não-assinado “Demorado Adeus, no museu de arte moderna”, publicado na revista Revista Anhembi. Volume 4, número 10, de 1953.

O teatro de arena é a novidade no Brasil. Coube aos alunos da Escola de Arte Dramática de São Paulo a honra de realizar, entre nós, a primeira incursão nesse campo inexplorado e rico de possibilidades. E a experiência não podia ter sido melhor sucedida. Sob a direção de um moço de coragem e talento, José Renato, a companhia da EAD lavrou um tento, surpreendendo homens de pouca e de muita fé. Dos debates que se seguiram à representação de “Demorado Adeus” (The long good-beye), de Tenessee Williams, saiu definitivamente firmado o prestígio da escola que Alfredo Mesquita, em poucos anos, soube transformar num dos mais ativos centros de atividades teatrais do País.

O Teatro de Arena em São Paulo é inaugurado em 1953 por José Renato e será o marco desse formato no Brasil. Tão logo perceberam que havia vantagens econômicas com o formato, pois a produção da peça era de baixo custo, fosse com estrutura física ou com o cenário, a estética deu base para uma ética: a intimidade não precisava agora ocorrer somente com a proximidade do público com o palco. A sensação de intimidade por questões espaciais se dará também por questões político-ideológicas. A influência esquerdista no Teatro de Arena virá com Guarnieri. Falar das pessoas que passarão a compor o grupo. Será a partir da fusão do Arena com o Teatro Paulista de Estudantes que nomes ligados ao movimento da esquerda estudantil chegarão ao grupo, como Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vinna Filho, o Vianinha. Essa influência criará um ambiente propício para uma manifestação política no palco. Alguns elementos serão postos em cena: denúncia das mazelas sociais, crítica aos problemas brasileiros e uma visão menos elitista e mais crítica do Brasil. Se antes o pobre e o nordestino não apareciam em cena, agora eles serão retratados, explorando a multiplicidade da realidade sócio-cultural do País e ainda propondo uma reflexão dos problemas do Brasil.

Toda essa ética artística teve relação com a busca de uma arte cênica brasileira, esta
um pequeno recorte de algo maior: a busca de uma identidade brasileira, da constituição de um espírito de nação. E o povo se verá representado palco. Suas aflições, anseios, desejos e sonhos ali, refletidos na interpretação. Eis como o povo se sentirá próximo de uma maneira não física: Não estarão próximos somente pela obviedade de uma platéia próxima ao palco e aos atores, mas pela identificação, pelo reconhecimento de sua realidade na peça.

Além disso, houve uma outra contribuição política do teatro de arena: a popularização dos espetáculos e a conseqüente difusão das artes cênicas. Isso porque o formato permitiu que grupos de baixo orçamento pudessem realizar suas apresentações. Não era mais necessário uma grande produção, cheia de glamour e grandes gastos. Na
simplicidade, conseguia-se encenar um texto.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Clube de Leitura dá sequência ao Projeto Panorama do Teatro Brasileiro com a leitura do texto que marca o início do moderno teatro brasileiro.
O universo dramático de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, é a classe média carioca nas imediações dos anos quarenta. Nessa sociedade, predomina a hipocrisia, os preconceitos e os símbolos eleitos pela cultura judaico-cristã como eternos em relação à família e ao casamento.

A peça inicia com buzina de automóvel, barulho de derrapagem violenta, vidraças partidas, sirene de ambulância. O cenário proposto pelo autor é dividido em três planos, representando: alucinação, memória e realidade. Os sons ouvidos referem-se ao atropelamento de Alaíde, que é levada a um hospital.

A trama gira em torno de Alaíde, uma mulher que vive um triângulo amoroso com o seu marido Pedro e sua irmã Lúcia. Tudo começa quando Alaíde é atropelada após uma discussão com Lúcia. A partir daí a história se desenvolve nos três planos propostos.

A personagem fica desacordada, alternando entre o sonho e a realidade, revivendo passagens da sua vida, como o dia do seu casamento, o suposto assassinato que cometeu contra seu marido e os planos de Pedro e Lúcia de matá-la. As alucinações de Alaíde são conduzidas por Madame Clessi, uma prostituta idolatrada pela moça. As lembranças ainda remetem à figura da mãe, dos médicos, dos jornalistas que cobrem o acidente e das prostitutas do bordel de Clessi.

Para a leitura, o diretor Kalluh Araújo trabalha algumas movimentações dos atores, somado à leitura das rubricas, que ganham força de personagem à medida que interferem e instigam as ações, como a mão dominante do autor que tudo vê e tudo cria.

Em cena, estão Edu Costa, Marcio Miranda e Michele Castro, que fazem parte do Clube de Leitura, além dos atores convidados: Heloísa Duarte, Juçara Costta, Léo Grandinetti, Luciana Bahia e Roberto Polido.

Apresentações:
Local 01
Data: 17 de dezembro de 2009 – Quinta-feira
Horário: 21h
Local: Teatro Icbeu (Rua da Bahia, 1.723 – Lourdes)
Local 02
Data: 18 de dezembro – Sexta-feira
Horário: 20h30
Local: Centro Cultural Padre Eustáquio (Rua Jacutinga, 821 – Padre Eustáquio)

Local 03
Data: 12 de dezembro de 2009 – Sábado
Horário: 20h
Local: Santa Luzia - Solar da Baronesa (Rua Direita, 408 – Centro Histórico))
Local 04
Data: 16 de dezembro de 2009 – Quarta-feira
Horário: 20h
Local: Itabirito - Praça da Estação Ferroviária




Quando Nelson Rodrigues conseguiu encenar sua segunda peça, Vestido de Noiva, em 1943, a crítica reconheceria na obra um marco do teatro brasileiro moderno. A veia literária de Nelson, também cronista e contista, encontrou nesse drama a expressão de uma profunda capacidade de investigação psicológica.

Essa primeira montagem coube ao diretor polonês Zbigniew Ziembinski (1908-1978), e o seu sucesso foi imediato. Nelson Rodrigues chegou a ser saudado como o novo inventor do teatro brasileiro. De fato, o autor provocava um choque na produção teatral brasileira do período. As qualidades do texto impressionam: a fluência e o coloquialismo da fala dos personagens, o jogo com as noções de tempo e espaço, a verossimilhança da história aparentemente incomum, a composição dos ambientes, o grotesco para ferir os ideais de bom gosto.

Sábato Magaldi, crítico de teatro e amigo do dramaturgo, dividiu a obra de Nelson em três categorias: peças psicológicas, peças míticas e tragédias cariocas. É nessa primeira que Vestido de Noiva se insere. Para o diretor Luiz Arthur Nunes, profundo conhecedor do repertório rodriguiano, Nelson usa cacoetes do melodrama para traçar uma visão irônica sobre o temperamento carioca. Este uso do melodrama confunde-se, nesta peça, com naturalismo. Para ele, o que surpreende é a baixeza moral das personagens, motivadas por razões egoístas e perversas. O naturalismo estaria em alguns ingredientes que o dramaturgo explora para espantar o gosto médio, como a personagem cheia de varizes. O choque e o estranhamento são elementos freqüentes em toda a obra de Nelson Rodrigues.

Por esta importância como marco do nascimento do moderno teatro brasileiro, o Clube de Leitura apresenta Vestido de Noiva, segundo texto do escritor Nelson Rodrigues.